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Como será o varejo no futuro? Olhe para a China, aponta PwC

Por EXAME,

A dinâmica e rapidez com que o comportamento dos consumidores vem mudando nos últimos anos tem pressionado as varejistas a mudar na mesma velocidade sem, algumas vezes, saber para onde ir.

Uma pesquisa recente da PwC Brasil mostra alguns caminhos – e o melhor deles está em olhar para a China, do outro lado do mundo.

Em sua sexta edição, o Total Retail entrevistou 22.618 pessoas em 25 países para saber quais são as tendências de consumo, principalmente no que tange meios digitais e precificação.

Constatou que os chineses estão bem mais avançados em relação ao varejo online. Der acordo com o levantamento, 66% deles compram pelo menos uma vez por mês pela web.

O índice é bem superior ao dos brasileiros, de 30%, e da média global, de 28%.

O aumento na confiança de uso do celular por lá também é maior.

Enquanto no Brasil 33% dizem que têm o celular como principal ferramenta de compra, alinhado com a média global, a fatia de chineses com a mesma intenção é de 59%.

Em suma, os consumidores do mundo estão 3 anos atrasados em relação aos chineses na adesão às compras via celular, aponta o estudo.

“Os brasileiros compram mais pela web e via celular hoje, mas ainda priorizam segurança, com transações de valores pequenos”, afirma Ricardo Neves, sócio e líder de varejo e consumo na PwC Brasil.

Tendência real

Movimentos que eram antes apontados como tendências de comportamento de consumo são hoje uma realidade, mostrou o estudo.

Um deles é que as redes sociais são os grandes influenciadores da atualidade.

Para 89% dos brasileiros (contra 64% da média global) a interação deles com o varejista por meio das redes sociais aumenta o valor e o respeito atribuído à marca.

E a confiança é um fator decisório para os consumidores do país, principalmente para os de idade entre 35 e 54 anos.

O peso que se dá à confiança da marca só perde para o atributo preço – 59% das pessoas no país escolhem os fornecedores mais competitivos.

“Por mais que o varejo precise ter uma série de novos atributos, como boa presença em redes sociais, o preço baixo ainda é o que define”, diz Neves.

A pesquisa confirma outra tendência como real: o talento em atender bem as pessoas no varejo finalmente importa.

Isso porque não basta as lojas terem ótimos atendimentos online e serem péssimas no presencial, ou o contrário.

“Ter vendedores bem preparados, ofertas personalizadas e ambiente convidativo faz sim – muita – diferença, bem como criar sinergia entre o espaço físico e online”, afirma o executivo.

No mesmo barco

Os dados também mostram que todos os varejistas estão no mesmo barco e a jornada para se adequar às exigências atuais dos consumidores segue, no mundo todo, sem um líder corporativo real.

Amazon, varejista líder em inovação, detém uma fatia de mercado relativamente pequena de até 16%.

“É como se todas as empresas estivessem em um mesmo ponto, o que dá lugar para que surja uma nova referência no setor ”, comenta Neves.