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Pinacoteca de São Paulo lança vídeo-manifesto pela arte

Qual o tempo certo de olhar para um quadro?

O que o artista quis passar com isso?

Será que essas cores significam alguma coisa?

Essas são alguns das perguntas no vídeo da Pinacoteca de São Paulo, para desmistificar o ato de apreciar a arte. A peça da campanha "Dê as caras", iniciada em janeiro, foi postada pelo museu nesta semana, em meio ao debate sobre conservadorismo na arte.

O vídeo de pouco mais de um minuto mesma reações de pessoas diante de uma obra de arte com imagens do quadro Antropofágica, da pintora Tarsila do Amaral, uma das artistas à frente do movimento modernista no Brasil, na década de 1920.

A contestação de usuários da internet e movimentos organizados de obras artísticas ganhou destaque nas últimas semanas, com diversos protestos e críticas.

Em setembro deste ano, ao menos duas mostras e uma peça de teatro estiveram sob escrutínio. A exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cancelada menos de um mês depois de sua estreia, em 15 de agosto, após protestos em redes sociais alavancados, principalmente, pelo MBL (Movimento Brasil Livre). A seleção de 270 obras que tratavam de questões de gênero e diferenças foi acusada de fazer apologia a pedofilia e zoofilia.

A peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", na qual Jesus é interpretado por uma transexual, também foi cancelada antes mesmo de sua estreia no Sesc em Jundiaí (SP). Na decisão judicial que cancela a apresentação, o juiz Luiz Antonio de Campos Júnior, da 1ª Vara Cível da cidade, disse que a peça era de "mau gosto", pois figuras religiosas foram "expostas ao ridículo". A peça chegou a Belo Horizonte (MG) e foi exibida até o último domingo (8).

O mais recente caso que ganhou a mídia e, sobretudo, as redes sociais foi a performance La Bête, durante a abertura do 35º Panorama de Arte Brasileira no MAM (Museu de Arte Moderna), em São Paulo, no final de setembro. A mostra foi alvo de críticas porque uma criança acompanhada de sua mãe tocou na perna e na mão de um artista nu. Tanto a performance, quanto o museu, foram detonados e acusados de incitar a pedofilia.

Para o curador do MAM Filipe Chaimovich, é posição do museu abrir o diálogo com a sociedade. "A compreensão do que é a arte, da história da arte, é parte da missão do museu. E para isso ser transmitido é preciso existir diálogo", explica em entrevista ao HuffPost Brasil.